O preço da gasolina seguiu em alta nos postos brasileiros nesta semana e superou o recorde observado na anterior ao atingir a média de R$ 7,283 por litro, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).
Foi a terceira semana seguida de alta, na esteira da escalada da cotação do etanol anidro, que representa 27% da mistura vendida nos postos. O valor verificado pela ANP nesta semana é 0,2% superior ao recorde anterior, de R$ 7,270 por litro.
O preço do etanol hidratado também segue em alta, fechando a semana a R$ 5,539 por litro, em média, alta de 0,8% em relação à semana anterior. Em um mês, o produto ficou 10,4% mais caro no país. Nas usinas de São Paulo, o produto acumula alta de 12% em um mês.
A pesquisa da ANP detectou alta também no preço do diesel, que subiu 0,1% na semana, para R$ 6,610 por litro. O preço do gás de cozinha permanece estável: esta semana, o botijão de 13 quilos foi vendido, em média, a R$ 113,50.
O mercado trabalha com a possibilidade de novos reajustes para o diesel, já que a defasagem com relação às cotações internacionais está hoje em níveis semelhantes aos verificados antes dos mega-aumentos promovidos pela Petrobras em maio.
Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o preço médio do diesel nas refinarias brasileiras está R$ 1,71 por litro abaixo da paridade de importação, conceito usado pela política de preços da Petrobras que simula quanto custaria para trazer o produto do exterior.
No caso da gasolina, o preço interno está hoje R$ 0,45 por litro abaixo da paridade, ainda segundo a Abicom. O aumento da defasagem reflete a desvalorização do real e a recuperação dos preços no mercado americano nas últimas semanas.
Já o preço do GNV também segue aumentando: esta semana foi vendido a R$ 4,774 por metro cúbico, valor 0,4% superior ao registrado na semana anterior.
Esse combustível deve manter a tendência de alta, já que a Petrobras reajustará em 19%, a partir do próximo domingo (1), o preço de venda do gás natural às distribuidoras. Outros fornecedores também promoverão aumentos e a expectativa da indústria é que o produto suba, em média, 17%.
Os repasses ao consumidor dependem as legislações estaduais para o setor. Em alguns estados, é imediato; em outros, só ocorre nas datas de reajustes tarifários anuais. Mas a Abrace estima que as tarifas para a indústria subam, em média, 9%.
No Rio de Janeiro, por exemplo, o reajuste foi autorizado nesta quinta-feira (28) e vale a partir de maio. Na CEG, que atende a região metropolitana, os aumentos serão de 6,8% para clientes residenciais, 7% para o comércio, 18,5% para a indústria e 19,6% para o GNV.
por Nicola Pamplona | Folhapress