O Programa Mais Médicos obteve 34.070 inscrições, sendo que 19.652 (58%) foram de brasileiros com registro profissional no país. O número de inscritos foi o maior já alcançado desde a criação da iniciativa, em 2013, durante o governo da presidente Dilma Rousseff.
A expectativa é que a partir do dia 16 de junho seja divulgada a confirmação das vagas e dos locais escolhidos pelos candidatos, com começo da atuação dos médicos previsto para o fim do mês. O prazo para inscrições foi encerrado nesta quarta (31).
Os médicos brasileiros registrados no Brasil terão prioridade no preenchimento das vagas. Os postos não ocupados por médicos com registro no país serão preenchidos por brasileiros formados no exterior ou estrangeiros, que continuarão atuando com registro do Ministério da Saúde.
"Nós estamos seguros que todas as vagas serão preenchidas. Na saúde indígena nós tivemos 152 vagas nos editais com 4.900 inscritos e 100% delas foram preenchidas. Nós não temos nenhuma dúvida que, com as reformulações e benefícios ofertados no novo edital que não eram ofertadas no edital apresentado no início do ano, a segurança do preenchimento das vagas é muito maior que em outras edições", disse Nesio Fernandes, secretário nacional de Atenção Primária à Saúde.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou em março a retomada do programa Mais Médicos. Neste primeiro momento os profissionais vão atuar nas 5.790 vagas abertas, sendo 1.000 na Amazônia Legal.
Os profissionais vão receber incentivo para atuação em locais de difícil acesso, com percentuais que variam de acordo com a vulnerabilidade, dificuldade de fixação de médicos e porcentagem da população que depende unicamente do SUS. Quem for escolhido também poderá fazer curso de especialização e mestrado na área de saúde da família.
A comissão mista do Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira o relatório da MP (medida provisória) que retomou o programa Mais Médicos e reduziu de 8 para 4 anos o tempo para que estrangeiros trabalhem no país sem a revalidação do diploma.
A proposta enviada pelo governo Lula (PT) ao Congresso autorizava o médico participante a fazer o Revalida (exame para revalidação de diplomas) só após oito anos. A primeira versão do Mais Médicos previa seis anos (três anos prorrogáveis por mais três).
Para contornar as críticas da oposição, a relatora do texto, senadora Zenaide Maia (PSD-RN), sugeriu o prazo de quatro anos. Desta forma, o profissional que quiser renovar o contrato de trabalho deverá revalidar o diploma ao final deste prazo.
Por Raquel Lopes | Folhapress